O Longo Caminho até o 11 de Setembro

O Longo Caminho até o 11 de Setembro
A verdadeira história do 11 de setembro

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os Petrodólares



          Até 1971 cada dólar Americano representava um peso fixo em ouro. Os Estados Unidos dispunham de enormes reservas de ouro, que cobriam a totalidade da quantidade de dólares posta em circulação. Quando bancos estrangeiros tinham mais dólares do que pretendiam, podiam trocá-los por ouro. Esta era a razão pela qual o dólar era aceito no mundo todo. Contudo, a partir deste ano, o valor do dólar foi separado do peso fixado em ouro. Esta foi uma medida da aflição do presidente Nixon. A guerra do Vietnam havia esvaziado os cofres do Estado. Os EUA haviam impresso mais dólares do que o permitiam as suas reservas de ouro. Desde então, o valor do dólar é determinado pela lei da oferta e da procura nos mercados de câmbio. Nesta época os Estados Unidos ainda produziam bastante petróleo para o seu consumo próprio. Para proteger suas empresas petrolíferas, haviam instaurado limitações às importações de petróleo. Em contrapartida do levantamento destas limitações, os países da OPEP prometiam não mais vender o seu petróleo senão em dólares. Na época o dólar já era a moeda mais utilizada no comércio mundial. Desta forma, todos aqueles que desejavam importar petróleo deveriam antes comprar dólares. É a partir deste momento que as coisas melhoraram para os EUA. Quase todo o mundo tem necessidade de petróleo, portanto todo o mundo quer dólares. Vejamos: Os compradores de petróleo do mundo inteiro dão os seus yens, coroas, francos e outras moedas. Em troca recebem dólares, com os quais podem comprar petróleo nos países da OPEP. A seguir, os países da OPEP vão gastar estes dólares. Poderão naturalmente fazer isso nos Estados Unidos, mas também em todos os outros países do mundo. Com efeito, todo o mundo quer dólares, pois todo o mundo terá novamente necessidade de petróleo. É por isso que os Estados Unidos tentam manter a maior influência possível, por um lado sobre o mercado do petróleo, pelo outro sobre os dirigentes locais. Deste modo asseguram simultaneamente o seu aprovisionamento em petróleo. E, para os dirigentes locais, há contratos lucrativos a obter com os quais se pode apropriar de um máximo de benefícios na produção de petróleo. Mas quando estes dirigentes locais não quiserem mais vender seu petróleo em dólares, os Estados Unidos terão um problema. Neste caso, o presidente dos Estados Unidos não explicará quanto o seu país é dependente da procura de dólares. O conflito será, pois, sempre camuflado. Para isso, sistematicamente, será escolhido um tema emocional. Outrora era o perigo comunista, hoje é o perigo terrorista, fundamentalista e outros medos populares tais como "O inimigo tem armas de destruição maciça" ou "O inimigo tenta fabricar armas nucleares".
          Aconteceu que o ditador iraquiano resolveu que deveria dar um golpe duro na economia americana e, assim, passou a comercializar o petróleo de seu país em troca de euros. Este foi um golpe de mestre, pois, já em julho de 2002, o dólar afundava e a situação tornava-se perigosa ao ponto de o Fundo Monetário Internacional advertir que a divisa dos EUA arriscava-se a soçobrar. Na prática, se outro país produtor e membro da OPEP resolvesse seguir este exemplo, não haveria muito que pudessem fazer para hevitar a queda dos petrodólares e, conseqüentemente, da economia americana. Realmente, pouco depois, foi o que aconteceu quando Hugo Chavez passou a comercializar o petróleo venezuelano por outras moedas. Outro que aderiu a causa, foi o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que passou a vender seu petróleo por todas as moedas, exceto por dólares. Como este cenário foi previsto, o 11 de setembro seria a mola propulsora para uma nova agenda política. Então, no final de julho de 2002, em Downing Street (Londres), foram discutidos os planos de ataque. No mês seguinte, o vice-presidente Cheney proclamou que doravante era certo que o Iraque dispunha de armas de destruição em massa. Utilizando este pretexto, os Estados Unidos invadiram o Iraque a 19 de Março de 2003. E no dia 5 de Junho 2003 restabeleceram as vendas do petróleo iraquiano em dólares. 

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