O Longo Caminho até o 11 de Setembro

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A verdadeira história do 11 de setembro

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Os Laços Familiares entre os Bushs e os Ladens



          Prescott Bush integrava, em 1918, a associação estudantil Skull and Bones (Crânio e Ossos). Desafiado pelos colegas, invadiu um cemitério apache e roubou o escalpo do lendário cacique Jerônimo.
Deflagrada a Segunda Guerra Mundial, Prescott Bush, sócio de uma companhia de petróleo do Texas, recebeu punição do governo dos EUA por negociar combustível com a empresa nazista Luftwaffe. O tribunal admitiu que ele violara o Trading With Enemy Act.
          Esperto, após a guerra, Prescott aproximou-se dos homens do poder, de modo a usufruir de imunidade e impunidade. Tornou-se íntimo dos irmãos Allen e John Foster Dulles. Este último comandava a CIA por ocasião do assassinato de John Kennedy, em 1963. Ele convenceu o velho Bush a fazer um gesto Magnânimo e devolver aos apaches o escalpo de Jerônimo. Bush atendeu, mas não tardou para os indígenas descobrirem que a relíquia restituída era falsa...
          A amizade com Dulles garantiu ao filho mais velho de Prescott, George H. W. Bush, executivo da indústria petrolífera, o emprego de agente da CIA. George destacou-se a ponto de, em 1961, coordenar a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, para derrubar o regime implantado pela guerrilha de Sierra Maestra.
          Fiel as suas raízes texanas, George batizou as embarcações, que conduziram os mercenários até a ilha de Fidel, de Zapata (nome de sua empresa petrolífera), Bárbara (sua mulher) e Houston. A invasão fracassou, 1.500 mercenários foram presos e, mais tarde, liberados em troca de US$ 10 milhões em alimentos e remédios para crianças. (Malgrado a derrota, George H. W. Bush tornou-se diretor da CIA, em 1976).
         Triste com o mau desempenho de seu primogênito como 007, Prescott Bush consolava-se com o êxito dele nos negócios de petróleo. E aplaudiu a amplitude de visão do filho quando George, em meados dos anos 60, tornou-se amigo de um empreiteiro árabe que viajava com freqüência ao Texas, introduzindo-se aos poucos na sociedade local: Muhammad bin Laden. Em 1968, ao sobrevoar os poços de petróleo de Bush, bin Laden morreu em acidente aéreo no Texas. Os laços de família, no entanto, estavam criados.
          George Bush não pranteou a morte do amigo. Andava mais preocupado com as dificuldades escolares de seu filho George W. Bush, que só obtinha média C. A guerra no Vietnã acirrou-se e, para evitar que o filho fosse convocado, George tratou de alistá-lo na força aérea da Guarda Nacional. A bebida, entretanto, impediu que o neto de Prescott se tornasse um bom piloto, mesmo porque quase não comparecia ao serviço militar.
          Papai George incentivou-o, então, a fundar, em meados dos anos 70, sua própria empresa petrolífera, a Arbusto (bush, em inglês) Energy. Graças aos contatos internacionais que o pai mantinha desde os tempos da CIA, George filho buscou os investimentos de Khaled bin Mafouz e Salem bin Laden, o mais velho dos 52 filhos gerados pelo falecido Muhammad. Mafouz era banqueiro da família real saudita e casara com uma das irmãs de Salem. Esses vínculos familiares permitiram que Mafouz se tornasse presidente da Blessed Relief, a ONG árabe na qual trabalhava um dos irmãos de Salem, Osama bin Laden.
          A Arbusto pediu concordata e renasceu com o nome de Bush Exploration e, mais tarde, Spectrum 7. Tais mudanças foram suficientes para impedir que a bancarrota ameaçasse o jovem George W. Bush. Salem bin Laden, fiel aos laços de família, veio em socorro do amigo, comprando US$ 600 mil em ações da Harken Energy Company,  que assumiu o controle da Spectrum 7. E firmou um contrato de importação de petróleo no valor de US$ 120 milhões anuais. As coisas melhoraram para o neto do velho Prescott, que logo embolsou US$ 1 milhão e obteve um contrato com o Emirado de Bahrein, que deixou a Esso morrendo de inveja. Pouco tempo depois, George W. Bush voltou a vender cerca de 66% das ações da Harken, a quatro dólares por papel, em 22 de junho de 1990 (Quando seu pai era presidente). Dois meses depois, o valor da ação caiu para 2,37 dólares, após a companhia ter revelado que estava endividada e divulgar os resultados do segundo trimestre daquele ano. Ao final de 1990, as ações caíram ainda mais, para apenas um dólar. Bush fazia isto, por ter acesso à informações privilegiadas.
          Em dezembro de 1979, George H. W. Bush (o pai) viajou a paris para um encontro entre republicanos e partidários moderados de Khomeini, no qual trataram da libertação dos 64 reféns estadunidenses seqüestrados, em novembro, na embaixada dos EUA, em Teerã. Buscava-se evitar que o presidente Jimmy Carter se valesse do episódio, a ponto de prejudicar as pretensões presidenciais de Ronald Reagan. Papai George fez o percurso até a capital francesa a bordo do jatinho de Salem bin Laden, que lhe facilitava o contato com o mundo islâmico. (Em 1988, Salem faleceu, como o pai, num desastre de avião).
          Naquele mesmo ano, os soviéticos invadiram o Afeganistão. Papai George, que coordenava operações da CIA, recorreu a Osama, um dos irmãos de Salem, que aceitou infiltrar-se no Afeganistão para, monitorado pela Agência de Inteligência, fortalecer a resistência afegã contra os invasores comunistas.
Texto de Francesco Piccioni,  com versão de Frei Beto, na coluna ALAI América Latina em Movimento, de 30/10/2001.

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