O Longo Caminho até o 11 de Setembro

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A verdadeira história do 11 de setembro

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Guerra de robôs é capaz de aumentar o número de vítimas inocentes

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          Que conseqüências pode acarretar uma guerra sem o contacto direto com adversário, tanto preconizada pelos EUA? Até que ponto são seguros veículos não tripulados e qual seria o efeito da evolução de respectivas tecnologias nos EUA face à sua atividade militar em diversas regiões do mundo? Estas e outras perguntas encontram-se no centro da atenção de cientistas e peritos militares.

          Os especialistas da Universidade norte-americana de Stanford relatam que civis se tornam cada vez mais um alvo de ataques realizados pordrones. Segundo estimam peritos, desde 2004 cerca de 2292 pessoas morreram vítimas de tais ataques, das quais 500-880 eram civis, incluindo 176 crianças.
          No entanto, os EUA têm defendido com afinco as vantagens do seu emprego, citando múltiplos exemplos da sua eficácia e as estatísticas relativas às perdas do adversário. Na realidade, os aviões não tripulados passaram a ser uma fonte de pesadelos diurnos e noturnos para numerosos habitantes dos países onde se ministram aulas da "democracia à americana". Trata-se, pois, do Iraque, Líbia, Afeganistão e do Paquistão.
          Em maio deste ano, em resultado de golpes infligidos no Iêmen, foram mortos dezenas de habitantes locais. No Paquistão, os ataques dedrones são efetuados regularmente. No início do verão, uma falha na condução de um avião não tripulado causou a morte de 35 pessoas inocentes. Ao todo, desde 2004, centenas de paquistaneses caíram vítimas de ataques semelhantes. Tal é um preço a pagar pela renúncia ao trânsito de cargas militares da OTAN destinadas para a operação militar no Afeganistão.
          Há dois anos, o periódico The New York Times publicou um artigo redigido pelo conselheiro militar, David Kilcullen, e um oficial de reserva, Andrew Exum, no qual os autores afirmavam que, no decurso de três anos precedentes à publicação, no Iraque e no Afeganistão os aviões não tripulados teriam aniquilado 14 terroristas e, ao mesmo tempo, mais de 700 civis. Melhor dito, a eficácia de drones veio constituir nesse caso apenas 2%. A causa disso reside em imperfeições tecnológicas, considera o politólogo russo, Vladimir Evseev.
          "O emprego de aviões do gênero tem causado sensíveis perdas entre a população, já que as tecnologias usadas para o efeito nem sempre permitem distinguir terroristas das pessoas normais. Até hoje, não foram qualificados todos os riscos relacionados com o emprego generalizado de aviões não tripulados que podem levar não só substâncias explosivas baseadas em TNT, mas também certos reagentes químicos e elementos de armas bacteriológicas. Deste ponto de vista, a proliferação de tais tecnologias encerra um enorme perigo."
          Diga-se de passagem, que os mecanismos do emprego de engenhos voadores desse tipo são tais que as vítimas e os assassinos nem se conhecem um de outro. Operadores de aviões são, por via da regra, funcionários de companhias privadas, contratados pelo governo dos EUA que efetuam a direção de vôos a partir do quartel-general da CIA em Langley, situado a milhares de quilômetros do campo de batalha. Peritos ocidentais se manifestam preocupados pelo facto de os operadores poderem encaram o seu trabalho como um vídeo game,ou seja, jogo de vídeo. Mas uma mesquinha falha técnica seria capaz de provocar novas tragédias.
          Tudo indica que o governo norte-americano não liga muita importância a eventuais e reais vítimas da "intervenção cirúrgica fina", qualificando-as como conseqüências normais do combate ao terrorismo em que se consegue salvar, desse jeito, a vida de soldados e oficiais. Todavia, o "Moloque" da guerra, para além de quebrar o destino de pessoas inocentes, poderá abalar o prestígio dos EUA na arena internacional. Por isso, a provocante "cruzada de robôs" contra o terrorismo se torna uma fonte de ódio aos EUA no mundo islâmico.

Fonte: <a target="_blank" href="http://portuguese.ruvr.ru">Voz da Rússia</a>.

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