O Longo Caminho até o 11 de Setembro

O Longo Caminho até o 11 de Setembro
A verdadeira história do 11 de setembro

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O Mestre das Marionetes

Brzezinski e Bin Laden no Paquistão


          A quem o Teleban pertence? A quem a Al-Qaeda serve? A quem a Al-Nusra beneficia? Quem escreve as agendas que estas e outras organizações terroristas seguem? Quem determina quais os países que serão atingidos pelas guerras? Quem decide as crises financeiras que destruirão as economias dos países? Quem decide os rumos e as mudanças que deverão ocorrer nas mais diversas regiões do mundo? Esta é uma longa história que vem sendo escrita por algumas personagens, que de tão malévolas, parecem saídas de um filme de terror. São homens de carne e osso como os simples mortais que a este documento tiverem acesso. Homens ressentidos, mesquinhos, arrogantes, gananciosos, que odeiam a tudo e a todos. Seus interesses são levados às últimas conseqüências e não se dão por satisfeitos com as duas Guerras Mundiais que criaram. Eles possuem nomes e sobrenomes e se julgam acima das leis. Da mesma forma que os ditadores que fabricam e depois destroem, possuem o mesmo desprezo pela vida humana e total desrespeito para com o resto do planeta. O livro O Longo Caminho até o Onze de Setembro, desmistifica estas pessoas e os classifica como criminosos e usurpadores. Lança luz sobre suas ações obscuras e os apresenta perante o mundo com todos os seus crimes cometidos contra a humanidade, contra as nações, e contra o futuro da raça humana. Estas pessoas corruptas e seus fantoches corrompidos fabricaram e fabricam guerras, crises humanitárias e financeiras, fome, miséria, doenças, tráfico de drogas e de pessoas, lavagem de dinheiro e armas de destruição em massa.

          Para as pessoas que querem continuar acreditando que tudo no mundo é obra do acaso e que conspirações não existem, sugiro que nem leiam o relato que se segue. Já aos homens de bem, que prezam pelo futuro de nossa raça como o fizeram nossos antepassados quando estiveram frente a frente com o extermínio massivo, encorajo-os a levantarem suas vozes e a agirem, pois o tempo é curto para a maioria das pessoas nesta casa que chamamos de Terra.

O Longo Caminho até o Onze de Setembro e, conseqüentemente, até a nova Guerra Global, aponta para um grupo seleto de conspiradores aos quais denomina: A Elite do Poder

           Fundada em 1973, para controlar o sistema monetário internacional, a Comissão Trilateral é o braço financeiro do movimento da Nova Ordem Mundial. Composta de banqueiros, industriais, empresários, militares, cientistas, economistas e políticos, a organização reúne pouco mais de trezentas personalidades exponenciais da América, Europa e Japão

Pouco tempo antes de o World Trade Center começar a funcionar, no início da década de 1970, a economia mundial passou por um período de incertezas e apreensões. O sistema monetário internacional ameaçava entrar em colapso. Foi então que David Rockefeller, já um poderoso banqueiro, seguindo a diretriz para a criação da Nova Ordem Mundial, passou à ação, encomendando estudos detalhados sobre os problemas econômicos mundiais. Rockefeller cercou-se de intelectuais das áreas financeira e política. Dentre eles, um brilhante imigrante polonês, naturalizado americano, de nome: Zbigniew Brzezinski, especialista em política internacional. Zbigniew Brzezinski e David Rockefeller investigaram e selecionaram cada indivíduo convidado a participar da formação e da administração da Nova Ordem Mundial. Eles escolheram e atraíram algumas das mentes mais brilhantes da Europa, Japão e EUA, que constituem o núcleo da Comissão Trilateral, e que, juntos, representam 70% do comércio mundial. A Comissão Trilateral foi criada com o objetivo de unir o mundo inteiro economicamente e obrigar as nações a darem autonomia aos seus bancos centrais que, obviamente, obedeceriam às normas internacionais vigentes. O primeiro passo para conseguir esse objetivo era controlar a presidência dos Estados Unidos. Assim o fizeram colocando na Casa Branca Jimmy Georgia Carter, que passara a fazer parte da Comissão Trilateral ainda em 1973, o ano de sua criação. Foi Brzezinski o homem designado para instruir Jimmy Carter sobre os pontos de vista da trilateralista. Com um perfeito controle sobre os meios de comunicação, os trilateralistas fizeram com que Carter emergisse do anonimato para apossar-se da Casa Branca. Imediatamente, o novo presidente nomeou para o cargo de secretário Zbigniew Brzezinski. Carter colocou também outros companheiros da Comissão Trilateral nos principais cargos de confiança.
Nas eleições de 1980 e 1984, a CT conseguiu eleger Ronald Reagan cujo vice-presidente, George H. W. Bush era membro destacado da Comissão.

Quem era aquele polonês de nome estranho?

Brzezinski era um professor da Universidade de Colúmbia, e Doutor em Filosofia (Ph.D) que foi escolhido por David Rockefeller para ser o diretor executivo da Comissão Trilateral. Em 1968, ele afirmou: “Muito em breve será possível termos um acervo de dados pessoais sobre cada cidadão. Essas informações permitirão um controle sobre cada pessoa da face da Terra, a qualquer hora... E cada cidadão poderá ser sondado e controlado pelas autoridades”. Sobre essa nova era profetizada por Brzezinski, que ele chamava de “Era da Tectrônica”, ele disse ainda: “A era da eletrônica envolverá gradualmente o controle da sociedade, que será dirigida por uma elite, onde os tradicionais valores devem ser destruídos. Sobre isso, nos presentes dias, Edward Snowden nos elucida muito bem com milhares de documentos secretos vazados da National Security Agency  NSA.
No plano político, resultaria um governo mundial único, instituído em torno de princípios comuns. Os mais relevantes desses postulados seriam: a supressão de todas as Forças Armadas, substituídas por um contingente policial supranacional com a bandeira da ONU, da OTAN ou de outra que poderá ser criada, no lugar das anteriores, mas que seja capaz de impor a paz e a ordem em qualquer parte do globo, com o respaldo de uma corte de justiça universal; a instituição de moeda única, física e eletrônica, emitida e controlada por um ou mais bancos centrais privados e independentes de qualquer governo nacional; o afastamento da civilização ocidental de seus antigos valores morais, éticos e religiosos, de tradição judaico-cristã ou muçulmana, submetendo-a, tão somente, ao domínio de uma “nova ética” materialista, com base exclusiva na razão, no conhecimento científico e no direito positivo; o fim dos estados nacionais, com a abolição de fronteiras fixas e do conceito de soberania.
Para que um processo de tamanha ambição e alcance pudesse prosperar na prática, seria necessária a existência de uma poderosa e atuante rede de instituições e lealdades, mantidas sob pesado véu de discrição e sigilo. Essa antiga urdidura, que esteve presente e influenciou fatos primordiais da história, como as revoluções americana, francesa e russa, e erodiu o poder das monarquias cristãs formadas a partir da Idade Média, começou a ser tecida, em sua fase mais contemporânea no governo do presidente Woodrow Wilson, com a criação de três instituições-chaves, que asseguraram a perfeita consolidação do sistema secreto de poder: a Liga das Nações, o Federal Reserve System e o Council on Foreign Relations (CFR). Duas vezes se tentou atingir esta meta. Por divergências das mais complexas, dois grandes choques se seguiram gerando, assim, duas grandes guerras.
De forma coerente com os planos de instruir e governar todas as fases da política externa americana foram membros do CFR, quase todos os diretores da CIA desde Allen Dulles, todos os secretários de Estado, menos um, desde 1940 e todos os secretários da Guerra/Defesa, sem exceção. Esta assertiva abrangeu o governo George W. Bush. A face do CFR começou a ser revelada, para o público americano, a partir dos anos 70, com o surgimento das novas tecnologias de comunicação. Em um esforço, aparentemente destinado a desviar essas atenções, David Rockefeller, então seu presidente, envidou esforços para criar uma organização mais visível, que pudesse servir de “biombo” para as atividades do conselho: a Comissão Trilateral.
A idéia de criar a Trilateral lhe fora ofertada por Zbigniew Brzezinski, chefe do Departamento de Estudos sobre a Rússia, da Universidade de Columbia (New York), autor de inúmeros documentos e livros que tinham servido de linhas mestras para o estabelecimento de diretrizes e estratégias pelo CFR. Ele pesquisara, anteriormente, uma forma de “cooperação mais próxima” entre as nações da Europa, da América do Norte e da Ásia, assim defendida: “Uma nova e mais ampla aproximação é necessária: a criação de uma comunidade de nações desenvolvidas, que possa, efetivamente, se dedicar as maiores preocupações relativas à humanidade... Uma comissão representando os Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão, com reuniões periódicas de seus chefes de Estado, bem como uma pequena infra-estrutura de apoio, seria um bom começo.” Ele também vislumbrava uma sociedade “... Que fosse moldada cultural, psicológica, social e econômicamente pelo impacto da tecnologia e da eletrônica, particularmente na área dos computadores e das comunicações...”
A Comissão Trilateral de Brzezinski foi fundada, oficialmente, em 1º de julho de 1973, tendo David Rockefeller como presidente, mas os planos de sua criação e funcionamento foram apresentados, em primeiríssima mão, aos membros do ultra-secreto grupo dos Bilderberger, em abril de 1972, na pequenina cidade belga de Knokke-Heist. Ali, a reação ao projeto foi entusiástica. A grande preocupação do fechado grupo, nesse dia, era quanto às vigorosas, porém esperadas, reações da comunidade internacional, especialmente da Europa e do Japão, a devastadora desvalorização do dólar, representada pelo rompimento do pacto de Bratton Woods, por Nixon, desvinculando a moeda americana do padrão-ouro. Mas, havia, ainda, outras razões de inquietação entre os presentes aquela fechadíssima reunião: eram as novas sobretaxas aplicáveis as importações americanas, visando à redução do seu déficit externo; a política iniciada com a China, de olho no seu potencial de comércio; e o gradativo, porém brutal, aumento de preços do petróleo. Os países produtores tinham reagido de pronto, a astronômica depreciação do dólar, que elevara o preço do ouro as nuvens (passou de US$ 800,00 a onça), reajustando também eles, sua valiosa e finita matéria-prima, conhecida no jargão do mercado como “ouro negro”. Afinal, os petrodólares não poderiam mais ser convertidos no metal amarelo, ao preço de US$ 35,00 a onça, conforme estipulara o acordo de Bretton Woods, desde o pós-guerra. Para os países produtores, vender petróleo, dali em diante, em troca de uma moeda agora inconversível e desvalorizada, representaria, como num passe de mágica, transformar sua poupança monetária (os petrodólares) em areia e reduzir, pesadamente, o valor econômico de suas reservas de óleo, dos contratos de fornecimento de longo prazo, de sua receita bruta e dos estoques formados. Essa foi, na verdade, a causa real dos chamados “choques do petróleo” que se seguiram, em 1973 e 1979. Não obstante, esse gravíssimo fato foi transmitido ao grande público, pela mídia de massa, como atitude “ganânciosa e monopolista” do cartel de países produtores, decididos a “levar à bancarrota a economia ocidental...” Todas essas questões, que estavam amargurando os aliados dos americanos, causavam deterioração nas relações externas dos Estados Unidos, especialmente com o Japão. Ele era o principal prejudicado, em face de sua total dependência de combustíveis fósseis e das exportações maciças de produtos de alta tecnologia para os Estados Unidos. A reunião entre os Bilderberger, entretanto, tinha lhes dado mostras de que houvera certa precipitação em se deflagrar, quase simultâneamente, medidas tão duras e explícitas visando a resultados financeiros convergentes, concentradores. Era imprescindível, portanto, abrandá-las e, por isso, a proposta de Brzezinski, sugerindo um estágio intermediário, tripartícipe, na unificação desse poder, com especial destaque para o Japão, na liderança do que viria a ser um futuro bloco asiático, foi aclamada, unânimemente. A Trilateral estava informalmente criada e liberada para iniciar seus trabalhos, o que ocorreu, apenas três meses depois, numa propriedade particular da família Rockefeller, em Pocântico Hills, Tarritown, Estado de Nova York, nos dias 23 e 24 de julho de 1972. Participaram  desse primeiro encontro diversas personalidades, ao que tudo indica, selecionadas apenas por Rockefeller e Brzezinski. Somente um ano depois, ocorreria a cerimônia oficial. David Rockefeller, então, nomeou Brzezinski fundador e diretor do ramo norte-americano da Comissão, que abrigava, ainda, o governador Jimmy Carter, o congressista John B. Anderson (outro candidato presidencial) e Hedley Donovan (editor-chefe do grupo Time, Inc.). Entre os demais fundadores, estavam Reginald Maulding, Lord Eric Roll, Alistair Burnet (editor do Economist), Giovanni Agnelli (presidente da Fiat), Raymond Barre (França) e um grupo de representantes da elite Japonesa, à frente, Sujiro Fujino (Mitsubishi).
A Primeira Guerra Mundial veio demonstrar que o petróleo era imprescindível e estratégico para todas as nações que buscavam o progresso. As empresas européias intensificaram as pesquisas em todo o Oriente Médio. Elas comprovaram que 70% das reservas mundiais de petróleo estavam no Oriente Médio e provocaram uma reviravolta na exploração do produto. Um tempo depois, países como Iraque, Irã e arábia Saudita ganharam alto poder no jogo da produção petrolífera. E foi nesse contexto de domínio das reservas que aconteceram as três grandes crises do petróleo. A primeira foi em 1973, quando o mundo vivia uma época de crescimento industrial. As máquinas eram completamente dependentes do petróleo para funcionar. Se aproveitando dessa situação, os árabes, maiores produtores, entraram em conflito com Israel, país que contava com o apoio dos EUA (país que menos sofreu, porque tinha uma grande reserva de petróleo e porque os petrodólares eram investidos no mercado americano) e Europa. Como represália, os árabes decidiram boicotar o Ocidente, cortando a extração de petróleo em 25%. O preço do barril saltou de U$ 2,00 para U$ 12,00.
Na Segunda crise, em 1979, além dos donos dos poços de petróleo (os árabes) mais uma vez reduzirem sua produção, conjunturas políticas externas fizeram com que o preço subisse violentamente, saltando para a casa dos U$ 40,00, provocando desespero nos países importadores de petróleo. Para sair dessa dependência, os países importadores passaram a desenvolver formas alternativas de combustíveis como o álcool, a energia nuclear e o carvão mineral. A exploração de jazidas de petróleo também se intensificou em muitos países.
Na terceira crise, houve então, a Guerra do Golfo, em 1991, quando o Iraque invadiu e anexou o Kuwait, o que gerou um forte conflito.
A incursão do Oriente Médio na dominação de suas produções de petróleo, principalmente a partir de 1973, trouxe junto muitas guerras, concentração de renda e aumento das desigualdades sociais. Os conflitos religiosos e territoriais, que sempre marcaram a região, se intensificaram com a questão do petróleo.
Os Petrodólares
          Até 1971 cada dólar Americano representava um peso fixo em ouro. Os Estados Unidos dispunham de enormes reservas de ouro, que cobriam a totalidade da quantidade de dólares posta em circulação. Quando bancos estrangeiros tinham mais dólares do que pretendiam, podiam trocá-los por ouro. Esta era a razão pela qual o dólar era aceito no mundo todo. Contudo, a partir deste ano, o valor do dólar foi separado do peso fixado em ouro. Esta foi uma medida da aflição do presidente Nixon. A guerra do Vietnam havia esvaziado os cofres do Estado. Os EUA haviam impresso mais dólares do que o permitiam as suas reservas de ouro. Desde então, o valor do dólar é determinado pela lei da oferta e da procura nos mercados de câmbio. Nesta época os Estados Unidos ainda produziam bastante petróleo para o seu consumo próprio. Para proteger suas empresas petrolíferas, haviam instaurado limitações às importações de petróleo. Em contrapartida do levantamento destas limitações, os países da OPEP prometiam não mais vender o seu petróleo senão em dólares. Na época o dólar já era a moeda mais utilizada no comércio mundial. Desta forma, todos aqueles que desejavam importar petróleo deveriam antes comprar dólares. É a partir deste momento que as coisas melhoraram para os EUA. Quase todo o mundo tem necessidade de petróleo, portanto todo o mundo quer dólares. Vejamos: Os compradores de petróleo do mundo inteiro dão os seus yens, coroas, francos e outras moedas. Em troca recebem dólares, com os quais podem comprar petróleo nos países da OPEP. A seguir, os países da OPEP vão gastar estes dólares. Poderão naturalmente fazer isso nos Estados Unidos, mas também em todos os outros países do mundo. Com efeito, todo o mundo quer dólares, pois todo o mundo terá novamente necessidade de petróleo.
          Neste comércio de petróleo, há a necessidade de uma quantidade importante de dólares. Muitos destes dólares não servem senão no ciclo no exterior dos Estados Unidos, ou seja, entre os outros países do mundo e os países da OPEP. Acontece que no princípio não existiam suficientes dólares para isso. Eles deviam ser impressos nos EUA. Isso lhes custava papel e tinta verde. A seguir, estes dólares deviam ser postos à disposição no estrangeiro, nos lugares onde os compradores de petróleo dele tinham necessidade. Esta artimanha possibilitou a obtenção de lucros exorbitantes. Com efeito, não existe senão um modo de colocar este papel moeda novo à disposição no estrangeiro: os Estados Unidos vão fazer compras com eles e uma vez que esta quantidade de dólares fica em uso permanente no estrangeiro, os Estados Unidos nada fornecem em troca. As suas compras, portanto, são gratuitas e perpetuam-se. Uma vez que são precisos mais dólares no comércio de petróleo, pela subida de preços ou de volumes, estes são benefícios para os Estados Unidos. Isto não se limita aos crescimentos no comércio de petróleo, pois vale igualmente para a utilização do dólar no resto do comércio mundial. A globalização, o livre comércio mundial, a privatização mundial dos serviços públicos, como por exemplo, os serviços de gás, água, eletricidade, telefone e transportes públicos, devoram quantidades enormes de dólares. São sempre mais dólares que desaparecem nos quatro cantos do mundo. E em primeiro lugar isto significa sempre compras gratuitas para os Estados Unidos.
          Evidentemente, isto implica que os Estados Unidos estão a criar, por estes muitos anos, dívidas com todas estas compras gratuitas. Pois, um dia o estrangeiro poderia vir fazer compras nos EUA com todos estes dólares e então, finalmente, os EUA deveriam fornecer alguma coisa em troca. Para não correr risco, os Estados Unidos deveriam ter o cuidado de manter o equilíbrio entre as suas importações e as suas exportações. A partir de 1971, data em que uma quantidade acrescida de dólares fora posta em circulação, só em 1972 as vendas ultrapassaram as compras. O tiro saiu pela culatra. A seguir começou a descida e os Estados Unidos vivem cada vez mais pendurados no resto do mundo. Só no ano 2004, o déficit na balança comercial foi de 650 bilhões de dólares. Numa população de 300 milhões, isto quer dizer que cada cidadão dos Estados Unidos comprou 2.167 dólares de mercadorias estrangeiras, pelas quais não pagou.
          Em face deste déficit da balança comercial, não houve melhoria na balança de pagamentos. A dívida externa dos Estados, portanto, aumentaram em 650.929.500.000 dólares num ano. Isto equivale a 1,25 milhões de dólares por minuto. O déficit do comércio externo dos Estados Unidos é mais importante no seu comércio com a China (162 bilhões de dólares), o Japão (76), o Canadá (66), a Alemanha (46), o México (45), a Venezuela (20), a Coréia do Sul (20), a Irlanda (19), a Itália (17), a Malásia (17).
          Qualquer outro país que compra mais do que vende verá diminuir o valor da sua moeda. Quando não se pode comprar grande coisa com uma moeda, a procura baixa, tal como o seu curso no mercado de câmbios. Mas o que vale para os outros países não vale para os Estados Unidos. O mundo inteiro tem tanta necessidade de dólares para comprar petróleo que há sempre procura. Os Estados Unidos consomem ¼ da produção mundial de petróleo. Quando o curso do dólar ascende, unicamente o preço para os outros ¾ dos consumidores de petróleo é que sobe. Para os Estados Unidos o preço não se move. Quando o preço da OPEP sobe, é preciso acrescentar dólares ao ciclo. Se o consumo permanece o mesmo, eles podem ser impressos e acrescentados à circulação, sem que o curso do dólar baixe.
          No comércio do petróleo, uma baixa do dólar é geralmente seguida da sua conseqüência lógica. Em longo prazo, os exportadores de petróleo não aceitarão um valor menor pelas suas vendas. Se o curso do dólar baixa 10%, é quase certo que os preços do petróleo aumentarão 10% de modo que o valor permaneça pelo menos idêntico. Se não houver mais necessidade de dólares para comprar petróleo, o resto do mundo não terá nenhuma vantagem em continuar a servir-se do dólar. Apenas desvantagens. O dólar não representa mais equivalência em ouro e a dívida externa gigantesca conduzirá à conseqüência lógica: o curso do dólar cairá. E quando os estrangeiros não aceitarem mais dólares, os Estados Unidos não poderão mais imprimi-los para viver à custa do resto do mundo. Não poderão mais manter o seu exército custoso. Perderão a sua influência. A queda do dólar terá um efeito secundário miraculoso para os Estados Unidos. Quando o dólar já não valer mais nada, a dívida externa terá ao mesmo tempo desaparecido. Com efeito, esta é composta de dólares que se encontram no estrangeiro. No limite, atingirão o valor do papel velho. Então, a queda do dólar será igualmente acompanhada pela falência de bancos, empresas e organizações internacionais, cujo destino está ligado ao do dólar.
          Um grupo importante de compradores de dólares é constituído pelos bancos centrais dos diferentes países. Os bancos centrais guardam reservas estratégicas. São reservas em moeda estrangeira, com as quais estes bancos podem recomprar a sua própria moeda, se porventura grandes quantidades forem propostas nos mercados de câmbio. Assim, eles podem impedir que o curso da sua moeda caia. Eles guardam estas reservas na moeda mais aceita do mundo, até agora o dólar. Mas na China, no Japão, e igualmente em Formosa e na Coréia do Sul, estas reservas de dólares subiram muito acima do que é estrategicamente necessário. Não é tanto porque estes bancos gostem de guardar os dólares, ao contrário. Estes países exportam muito e, em conseqüência, massas de dólares afluem para eles. Elas devem ser trocadas contra a moeda local para pagar os trabalhadores e as matérias-primas. Se a procura de dinheiro local empurra o seu curso para o alto, os produtos tornam-se mais caros para o estrangeiro. Assim, para não por em perigo a posição exportadora do país, os bancos centrais tentam manter o curso da moeda estável. E é por isso que compram dólares maciçamente, evitando assim que o curso da sua própria moeda aumente. Para estes países isto é um grande problema. Por todos estes dólares armazenados, os bancos centrais emitem dinheiro local. Portanto, de fato, os trabalhadores recebem inflação em troca dos seus produtos exportados. Desta maneira, exportam trabalho e matérias-primas em troca de nada. Para os bancos centrais, estes dólares rendem quase nada. Os dólares certamente podem ser trocados por obrigações, como os títulos do Tesouro, e render algum juro. Mas mesmo estes juros não pagam definitivamente senão a si próprios, uma vez que os Estados Unidos pagam-nos simplesmente com um novo aumento da sua dívida externa. Durante este período, o valor de todos estes dólares armazenados é tributário das flutuações de curso nos mercados de câmbio. E, além disso, devido à dívida externa gigantesca dos Estados Unidos, o dólar ameaça implodir a qualquer momento. Estes bancos centrais estão encalhados entre a necessidade de se desfazerem destas reservas de dólares, a necessidade de comprarem dólares para manterem o curso da sua própria moeda e, eventualmente, de comprar dólares quando o curso do mesmo arrisca-se a cair nos mercados mundiais de câmbio. Enquanto isso, os Estados Unidos deixam subir a sua dívida externa cada vez mais rapidamente.
          Peritos do Asian Development Bank estimam que o curso do dólar deveria descer de 30% a 40%. Tamanha baixa comporta o risco de que um número importante de bancos e empresas vendam os seus dólares rapidamente e que mesmo os bancos centrais não queiram ou não possam mais impedir a queda total do dólar. Aquele que vende os seus dólares em primeiro lugar safa-se, quem espera não tem senão de calcular as suas perdas.


          Para manter a procura permanente de dólares, as vendas de petróleo devem continuar em dólares. É por isso que os Estados Unidos tentam manter a maior influência possível, por um lado sobre o mercado do petróleo, pelo outro sobre os dirigentes locais. Deste modo asseguram simultaneamente o seu aprovisionamento em petróleo. E, para os dirigentes locais, há contratos lucrativos a obter com os quais se pode apropriar de um máximo de benefícios na produção de petróleo. Mas quando estes dirigentes locais não quiserem mais vender seu petróleo em dólares, os Estados Unidos terão um problema. Neste caso, o presidente dos Estados Unidos não explicará quanto o seu país é dependente da procura de dólares. O conflito será, pois, sempre camuflado. Para isso, sistematicamente, será escolhido um tema emocional. Outrora era o perigo comunista, hoje é o perigo terrorista, fundamentalista e outros medos populares tais como "O inimigo tem armas de destruição maciça" ou "O inimigo tenta fabricar armas nucleares". Isto faz com que, no caso de não existir qualquer prova, seja sem importância. As emoções dominarão sempre. Mesmo o fato de as acusações serem invertidas, com provas para demonstrar, não é notado por quase ninguém: os Estados Unidos têm armas de destruição maciça e já as utilizaram; os Estados Unidos têm armas nucleares e já as utilizaram. Em 2006 ainda ameaçaram fazer uso delas. Mas, mais uma vez, a partir do momento em que as acusações são vertidas emocionalmente, o ser humano desliga sua inteligência. A razão já não é um argumento para manter a paz. O teatro já não se concentra senão em torno das acusações. E uma vez que nenhum especialista de armas de destruição em massa ou de armas nucleares tem a palavra, praticamente ninguém descobre o problema real dos Estados. E foi assim que nasceu a idéia de um Grande Evento que seria o catalisador das novas estratégias de contenção das superpotências, a saber: China, Rússia (Eurásia) e Índia.  O Grande Evento teve sua data inaugural em 11 de setembro de 2001. 

Do Livro: O Longo Caminho até o 11 de Setembro.

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