John Patrick O´Neill nasceu no ano de
1952, mas foi com idade adulta que ele teve o desejo de tornar-se um agente
especial do FBI. Quando jovem, seu programa favorito de televisão era “FBI, o
drama do crime”, série baseada em casos verídicos que o Departamento havia
investigado. Em 1971, O´Neill entrou para uma universidade em Washington, Capital.
Uma vez lá, Começou a trabalhar nas matrizes do FBI. Primeiramente como coletor
de impressões digitais e, mais tarde, como guia de excursão. Em 1974, colou
grau em administração de justiça e, pouco depois, obteve o Mestrado em Ciência Forense ,
na Universidade de George Washington. E foi no ano de 1976 que O´Neill
tornou-se um agente do FBI. Nos quinze anos seguintes, trabalhou em casos como:
crimes do colarinho branco, crime organizado e contra-informações estrangeiras.
No ano de 1991, recebeu uma promoção importante e foi para o escritório de
campo do FBI, em Chicago, como agente especial. Lá, John estabeleceu uma força
tarefa num esforço para promover a cooperação e reatar laços entre o FBI e a
Justiça local. Ainda, supervisionou a investigação da força tarefa no caso de
uma clínica clandestina de aborto. Retornando a Washington, recebeu o cargo de
chefe da seção de contraterrorismo, em 1995. Em seu primeiro dia, recebeu um
chamado de Richard Clarke, que havia obtido informações de que Ramzi Yousef
estava no Paquistão. Ele havia fugido para lá após o fracasso da fase um do
complô por nome Bojinka. John P. O’Neill e sua equipe haviam tomado
conhecimento deste complô, baseado em Manila, para atacar 11 jatos comerciais
de empresas dos Estados Unidos, servindo rotas da Ásia-Pacífico. Souberam que,
em dezembro do ano anterior, os conspiradores haviam se envolvido em um teste
realizado num avião de passageiros das Filipinas, empregando apenas 10 por
cento dos explosivos que deveriam ser usados em cada uma das bombas a serem
plantadas nas aeronaves dos EUA. O teste resultou na morte de um cidadão
japonês, a bordo de um vôo que ia das Filipinas para o Japão. Porém, o mais
importante era a existência do computador pessoal de Yousef e que estava nas
mãos dos peritos do FBI. O próprio O’Neill havia visto o laptop, mas não chegou
a ver os arquivos que continham a fase II do Bojinka. Todavia, algum tempo
depois, o computador, bem como seus arquivos, saíram do alcance dos
investigadores, incluindo o próprio O’Neill. O destino do computador é motivo
de muitas especulações. Entre elas, a mais aceita é a de que tenha seguido para
a sede da CIA.
Paralelamente às investigações sobre
Ramzi Yousef, O´Neill estava monitorando o saudita bin Laden, mesmo porque este
último continuava com suas ações contra as forças americanas. No mês de
novembro de 1995, fundamentalistas islâmicos, seguindo ordens da Al Qaeda,
lançaram um ataque contra soldados americanos nas instalações de treinamento do
Exército dos Estados Unidos em Riad.
No ano seguinte, após a transferência de Laden e de
sua Al Qaeda para o Sudão, houve um encontro entre os príncipes que estavam
preocupados com as ações dos homens de Osama, na Arábia e líderes empresariais
sauditas, em Paris. Eles
prometeram fornecer recursos à organização terrorista de Laden. O serviço
secreto saudita, o Istakhabarat, já tinha decidido, no final de 1995, começar a
financiar o Taleban, na época baseado principalmente em escolas religiosas do
Paquistão, as madrassas. O Acordo viria alguns anos mais tarde.
Foi por ocasião da prisão de Ramzi
Yousef, em 1996, que Laden recebeu orientações secretas para organizar e levar
a termo um ataque contra uma base militar americana em Dharan, na Arábia
Saudita, que ficou conhecido como o ataque as torres Khobar.
Para O’Neill que mantinha-se sempre
atento, as evidências desta conspiração não tardaram a aparecer. Após este
atentado, que matou 19 americanos e feriu centenas, os Estados Unidos
construíram novas bases militares em território saudita, contratando para a
obra a SBG, holding mais importante do país pertencente à família dos bin
Laden.
Neste mesmo ano, Laden emitiu uma
“fatwa”, um decreto religioso, convocando todos os muçulmanos a matar os
soldados norte americanos na Arábia e na Somália.
Finalmente, após intenso trabalho das equipes de
contra-terrorismo, o FBI reuniu indícios que comprovavam a participação de bin
Laden, de sua organização a Al Qaeda e
do Hezbollah, no atentado terrorista de 25 de junho de 1996, aos quartéis
americanos nas Torres Khobar, nos quais morreram 19 aviadores americanos.
Durante as investigações, um notbook foi confiscado de suspeitos presos e, em
seus arquivos, constavam os nomes de Laden e de Ali. Osama foi indiciado sob
acusação de treinar pessoas envolvidas no ataque aos soldados americanos na
Somália. Um ano depois, em entrevista a CNN, ele admitiu que seus seguidores,
juntamente com muçulmanos que viviam na cidade de Mogadíscio, mataram os
soldados. Bin Laden também foi acusado de estar envolvido em ataques
fracassados a dois hotéis iemenitas que hospedavam soldados americanos. Em
março de 1996, o Sudão ofereceu a extradição de Osama bin Laden, para os
Estados Unidos e para a Arábia Saudita. Muito embora O’Neill estivesse
procurando por Laden, os americanos incrivelmente, recusaram a oferta. A
Arábia, a mesma coisa. Sem alternativa, o governo sudanês decidiu expulsar
Laden do país. É de grande relevância, a propósito, comentar que dois anos
depois, por ordem do presidente Bill Clinton, os EUA bombardearam uma fábrica
de remédios do Sudão, numa desastrosa ação, cujo objetivo era punir os
Colaboradores de Osama. Os punidos foram, sem dúvidas, muitos dos doentes,
vítimas da falta de remédios que a fábrica destruída, deixou de produzir. Este
fato, posteriormente, foi divulgado em reportagem de 3 de outubro de 2001 no
“Washington Post”.
Do Livro: O Longo Caminho até o 11 de Setembro.
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