No dia 28 de
fevereiro de 1993, o Birô Federal do Álcool Tabaco e Armas de Fogo (BATF);
órgão do governo americano que regula a comercialização de fumo, álcool, venda
e posse de armas de fogo; cumprindo sua diretriz para “controlar” armas de fogo,
sem os devidos mandados de busca, invade a propriedade da seita adventista
denominada “Ramo Davidiano Águas Vivas”.
Na verdade, o BATF já havia recusado anteriormente todos os convites feitos
pelo líder da seita, David Koresh, para que inspecionasse suas armas
licenciadas. Ao contrário, o BATF preferiu divertir-se. Mais de 100 agentes
atacaram o complexo da igreja, enquanto, no alto, pelo menos um helicóptero
disparava no teto do prédio principal. Seis membros do Ramo Davidiano foram
mortos. Quatro agentes federais tombaram, vítimas de fogo amigo dos próprios
companheiros, conforme se acreditou, e pelo menos 16 ficaram feridos. Com a
morte dos agentes, o caso assumiu gravidade inesperada. Seguiu-se um cerco à
propriedade davidiana de Monte Carmel. O FBI, então, assumiu o caso.
Sobre Koresh,
pesavam as supostas “confirmações” de que ele estaria cometendo abusos contra
crianças, tanto física quanto sexualmente, possuía estoques ilegais de armas e,
ainda, ao que parecia, estava fabricando e vendendo metanfitamina cristalizada.
Mesmo apesar de os agentes poderem ter prendido David a qualquer tempo, nas
várias semanas anteriores ao início do impasse, preferiram não dar esse passo
fácil. A indignação pública foi imediata e dirigida contra o líder da seita, em
resposta ao trabalho de mídia, que informava com regularidade sobre os males
que David Koresh praticava. A mídia procurou explorar seu passado e seus
antecedentes revelando que, durante o ano de 1987, Koresh havia se envolvido em
uma briga e subseqüente tiroteio com George Roden, antigo líder da seita.
O cerco a Monte Carmel, a isolara do
mundo exterior. Então, os agentes do FBI tomaram uma série de medidas, entre
elas, desligaram a eletricidade, negaram comida as crianças, algumas com até 3
anos de idade, e às pessoas idosas. Em seguida, abriram uma linha de
comunicação com David, com o propósito de negociarem com ele, a fim de
convencê-lo a sair e a entregar-se. De imediato, Koresh recusou-se. Enquanto
isso fez uma série de sermões religiosos, onde anunciou o final dos tempos. Na
verdade, David Koresh havia desenvolvido, anteriormente, uma série de
profecias, nas quais seus seguidores entrariam em conflito com forças que
identificava ser o Governo dos Estados Unidos. Segundo Koresh, tal conflito
ocorreria no ano de 1995. Ele sabia que, sob a liderança do presidente Clinton,
estavam em curso grandes avanços a Nova Ordem Mundial. Estes avanços estavam se
dando na sociedade americana, em primeiro momento, para posteriormente, serem
promovidos avanços nas relações exteriores. Koresh estava, segundo suas
palavras, “preocupado” com as políticas a atitudes anticristãs do presidente.
Ele possuía conhecimentos de que Bill Clinton era membro da sociedade secreta
de Rhodes e que seu compromisso maior era com essa Ordem e não com os Estados
Unidos da América. Utilizando-se deste argumento, começou a estocar uma
quantidade apreciável de armas em Monte Carmel , tais como: fuzis AK – 47, granadas
e lançadores de granadas, rifles e metralhadoras, muita munição, máscara contra
gás e rações militares.
Em março de 1993, muitos dos peregrinos
que costumavam visitar Monte Carmel, dirigiram-se a Waco, no Texas, a fim de
observarem o cerco federal. Entre os muitos contestadores ali presentes, havia
um jovem veterano condecorado por bravura, da Guerra do Golfo. Juntamente com
os outros observadores, ele seria devidamente fotografado pelo FBI.
Sem dar descanso, durante o cerco, o
FBI brindou os membros do culto com fitas musicais de estourar os tímpanos, 24
horas por dia (Nancy Sinatra: “Estas botas foram feitas para caminhar/ E é o
que elas farão/ Qualquer dia, estas botas vão passar por cima de você”), e
também com os guinchos gravados de coelhos agonizantes, que faziam lembrar a
guerra não declarada do ex-presidente George Bush ao Panamá, que, após vários
concertos semelhantes diante da Embaixada do Vaticano, proporcionou a entrega
do super criminoso das drogas (e ex-agente da CIA), Manuel Noriega, que se
havia refugiado ali.
Do Livro: O Longo Caminho até o 11 de Setembro.
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